Em tenra idade, a boca assume muito mais do que uma função alimentar. É através do reflexo de sucção que o bebé vai explorando e descobrindo o mundo.
O reflexo da sucção é algo inato e muitos bebés já "chucham" no dedo, na barriga da mãe. Na criança pequena, a sucção de um dos dedos ou da chupeta, tem uma função de autocontrolo, conforto e acalmia. A chupeta tranquiliza o bebé e numa fase inicial é a forma mais fácil de acalmar o bebé.
Existem alguns Argumentos a favor do uso da chupeta, no entanto nem todos estão comprovados, sendo assim, alguns dos argumentos apontados são:
-Reduz o risco de síndrome de morte súbita do lactente (SMSL). Vários estudos relacionaram o uso de chupeta para dormir com uma diminuição do risco de SMSL. Este factor preventivo será multifactorial e não está presente no caso da sucção dos dedos;
- Facilita a alternância ventilatória oral, no caso de oclusão nasal;
- Promove o decúbito dorsal, forçando assim uma posição preventiva da SMSL;
- A sucção estimula a tensão muscular a nível das vias aéreas superiores e a língua adopta uma posição anterógrada, permitindo a patência das vias aéreas;
- Acalma. A chupeta acalma o bebé nas situações em que os pais não podem responder imediatamente, propiciando menos gasto energético;
- Dá ritmo, coordenação, força muscular e evita o sugar do dedo, que se pode tornar um hábito (no início como pacificador de uma necessidade sensoriomotora);
- Induz o sono. O movimento de sucção ajuda o bebé a adormecer mais rapidamente;
- Quando os bebés não têm chupeta, "chucham no dedo". O hábito de sugar o dedo pode ser prejudicial para o desenvolvimento dos seus maxilares, promovendo o padrão anteriorizado da língua entre as gengivas ou dentes, causando deformação na arcada dentária e alteração da produção de sons.
Argumentos contra o uso da chupeta:
- Interfere com a amamentação. Reduz a intensidade de estimulação do mamilo, o que leva a uma diminuição da produção de leite. Por outro lado, a chupeta pode desmotivar o bebé, visto a sucção não lhe permitir obter calorias. Se a mãe quer amamentar, é melhor esperar e oferecer a chupeta apenas quando a amamentação estiver bem estabelecida;
-Favorece o aparecimento de otites. Estudos recentes demonstraram que as otites do ouvido médio são mais frequentes nos bebés que usam chupeta continuamente;
-Veículo de bactérias e partículas;
-Pode atrasar o desenvolvimento da linguagem. Um bebé que está sempre com a chupeta vocaliza e palra menos e a partir dos 12 meses de idade poderá ter mais dificuldade na aquisição da linguagem;
-Provoca dependência. São conhecidos os dramas vividos pelos pais e crianças na altura de deixar a chupeta;
- Pode provocar deformação dentária. O risco aumenta se o hábito se prolongar para além dos 2 anos. Se os pais optarem por usar a chupeta, devem utilizá-la racionalmente: o mínimo possível, sendo indicada em momentos de stress ou para adormecer e não sempre que este chora, apenas até o bebé se acalmar ou adormecer. Quando normalmente ele a larga não deve ser recolocada.
O uso da chupeta deverá ser interrompido desde que a criança se mostre desinteressada, o mais cedo possível. A partir dos 2 anos deverá já ter deixado a chupeta.
Curiosidades sobre as características das chupetas:
– Existem três tamanhos – dos 0 aos 3 meses, dos 3 aos 6 meses e a partir dos 6 meses;
– Ventiladas, simétricas ou anatómicas;
– Esterilizadas com vapor e anel de segurança;
– Formato gota com válvula, que permite a expulsão do ar;
– Modelos com argola ou com manípulo;
– O disco deve ter 4,3 centímetros de largura e orifícios de ventilação;
– O material ou é de látex ou de silicone;
– Deve-se evitar os modelos de silicone quando surge a dentição;
– Se surgirem alterações como edema e/ou comichão nos lábios, nas bochechas, na língua, provavelmente deu-se uma sensibilização ao látex (as manifestações alérgicas a este material são pouco frequentes);
– Se estiver deteriorada, deve ser substituída de imediato.